sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Comportamento

Os porquinhos-da-índia são animais de natureza incrivelmente sociável, capazes de relações e estruturas sociais complexas. Mas ainda há muito que não sabemos sobre eles. São animais que vivem em grupos rigidamente estruturados. Há um macho líder, que tem o domínio sobre o território, fêmeas e comida. Com várias fêmeas e filhotes, além de jovens machos subordinados.


O macho líder, geralmente o maior e mais forte, impossibilita que outros machos já maduros se acasalem, se alimentem junto com os outros, e, até mesmo, que utilizem o mesmo refúgio que o resto do grupo.

Por isso, é comum os jovens machos viverem ao redor do grupo, na periferia, sempre mantendo uma distância saudável do macho líder. Porém, muitas vezes, ficam escondidos e esperam o líder se afastar para sorrateiramente buscar a apetitosa comida e ir atrás das fêmeas. Muito embora eu nunca tenha observado porquinhos-da-índia verdadeiramente selvagens, suponho que esse comportamento do líder leve os jovens machos a abandonar o seu grupo de origem para formar seus próprios.

Em cativeiro, no entanto, todos machos que nascem, crescem sabendo que determinado macho é o dominante. Depois de adultos, mesmo sendo mais fortes, não enfrentarão o líder, a menos que este já esteja muito velho, pois vivem com um sentimento de inferioridade e medo constantes. Já as fêmeas não enfrentam uma realidade tão dura. Apesar de haver hierarquia entre elas, não são tão agressivas umas com as outras, e jamais correm o risco de serem expulsas do grupo. Todas são sempre bem aceitas pelo macho líder em qualquer situação. Na verdade, são elas, muitas vezes, as causas de tanta rivalidade entre os machos. Há algumas referências de que as fêmeas podem lutar entre si por status, mas jamais irão expulsar as perdedoras ou de baixa posição social, nem irão privá-las de comida e acasalamento, como fazem os machos entre si.

Elas parecem não se importar com quem vão acasalar: é de quem chegar primeiro. Talvez por isso o líder tenha que manter uma vigilância constante sobre elas, o que deve ser meio estressante quando se tem uma média de dez ou mais fêmeas no grupo.

A corte envolve um comportamento bastante característico que inclui sons e linguagem corporal.
O macho se aproxima da fêmea fazendo "prrrrr" e "rebolando" (fica parado levantando ora uma pata traseira, ora a outra); esta dança é chamada de "Rumba". Mesmo se a fêmea estiver no cio, irá ignorá-lo no início. Depois tentará se aproximar e ele ou ela irá levantar a cabeça para o outro lhe lamber o pescoço. Esse é um sinal de carinho e parece ser definitivo para mostrar que a fêmea está pronta, embora algumas vezes seja suprimido da corte.
As fêmeas depois de grávidas passam a evitar os machos e perto da hora do parto, procuram um lugar seguro para dar à luz. Apesar das fêmeas serem boas mães, não são lá muito carinhosas. Muitas vezes caminham por cima de seus filhos fazendo-os rolar no chão; na hora da comida são capazes de arrancá-la da boca dos pequenos, mesmo que haja alimento de sobra, e isto pode ser feito com tal violência que pode levantar o filhote do chão. Mas defenderão ferozmente sua cria de qualquer agressor e atenderão correndo cada vez que gritarem por atenção.


Podem formar berçários, ou seja, um local onde ficam todos os filhotes de todas as fêmeas, e todas as fêmeas amamentam todos os filhotes. Em geral, o local do berçário não é o mesmo que o resto do grupo utiliza como refúgio. Os filhotes podem ser deixados sozinhos por várias horas enquanto a fêmea se alimenta.

Importante:
Fêmeas criadas na ausência de machos podem se tornar bastantes agressivas com fêmeas estranhas e até mesmo com filhotes (de ambos os sexos). Para se diminuir essa agressividade, pode-se colocar um pouco de perfume na fêmea dona do território e na fêmea estranha, a fim de mascarar as diferenças de odores; o ideal é que se faça a apresentação dos animais em território neutro e amplo, a fim de reduzir as disputas e permitir que a fêmea mais fraca fuja caso se sinta muito ameaçada. Seguindo-se essas regras, normalmente as fêmeas acabam por tornarem-se amigas, e após algumas horas não deverá haver mais atritos entre elas.
Dois porquinhos machos praticamente SEMPRE acabarão brigando quando atingirem a idade adulta (mais de 10 meses), a menos que mantidos em um cercado suficientemente grande pra que cada um possa ter o seu próprio território. Quando criados em gaiolas, aconselho a somente manter juntos machos jovens e sem a presença de fêmeas. A briga de dois machos adultos costuma ser muito séria, podendo inclusive resultar na MORTE de um ou ambos os animais.

Por essa razão, aconselho enfaticamente que NUNCA se deixe dois machos adultos juntos, mesmo que a princípio estes pareçam se dar bem.


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